sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

3 grandes psicanalistas infantis

A psicanálise infantil, apesar de ter em Hermine von Hug-Helmuth sua predecessora, começa como prática reconhecida com Melanie Klein. A psicanalista húngara, que se radicou na Inglaterra a convite de Ernest Jones, partiu das contribnuições freudianas sobre a depressão, a topologia id-ego-superego, as fases do desenvolvimento psicossexual e o o instinto de morte  (nestas duas últimos constructos teóricos também utilizando as sugestões de Karl Abraham), para estabelecer seu sistema teórico. Ao mesmo tempo em que utiliza conceitos freudianos, Klein também os modifica, atirbuindo a fases cada vez mais precoces do desenvolvimento, principalmente ao primeiro ano de vida, os acontecimentos psíquicos determinantes da formação da personalidade. Contrariando a grande maioria das escolas psicológicas, pressupõe um ego que já nasce em pleno funcionamento, e que se utiliza da fantasia instintiva para criar seu mundo interno. Retomando o último Freud, dá ênfase ao quantum do instinto de morte como fator constitutivo da personalidade da pessoa, atribuiindo um maior potencial para a patologia ou não ter mais ou menos quantidade de Thanathos.
Donald Winnicott, fez seu treinamento em psicanálise infantil tendo Melanie Klein como mentora, mas sempre procurou manter independência intelectual frente a sua mestra. Winnicott reconhece a importância de Klein para os primórdios da psicanálise infantil, mas descarta a teoria do instinto de morte, atribuindo a fatores ambientais, principalmente à relação entre a mãe e o bebê a origem da patologia. Winnicott também atribui à agressividade, que em Klein apareece como expressão do instinto thanático, um fator positivo no sentido da diferenciação eu-mundo, além de vincular o aspecto fantasioso da psiquê humana ao processo criativo do indivíduo.
Arminda Aberastury, psicanalista argentina, parte do legado kleiniano para desenvolver suas teorias. Porém sofre influênica de Enrique Pichon-Rivière, no sentido de dar importância aos aspectos socias e familiares sobre a patologia da criança. Sofre também influência de José Bleger, que coloca a importãncia de uma posição anterior à posição esquizo-paranóide, a posição gliscro-cárica, na qual o bebê desenvolve uma espécie de simbiose com o ego materno, numa posição de dependência quase absoluta à mãe. Na fase final de sua carreira, dá maior importância ao Complexo de Édipo, como um dos fatores decisivos na formação da criança, porém enxergando o mesmo como um processo que envolve a interação familiar. Em termos técnicos, introduz a hora de jogo diagnóstica (1962) e estuda a importância dos jogos infantis.

Origens da psicanálise infantil

O primeiro psicanalista que deu ênfase ao tratamento infantil foi o próprio Freud, em1908, orientando o pai de uma criança com fobia, que a história conheceu como Pequeno Hans (pseudônimo), a relacionar-se melhor com o filho, visando a cura de sua patologia. Posteriormente, Feud prestigiou Hermine von Hug-Helmuth, que entre 1916-1924, ano de sua morte, dirigiu a Seção de Psicanálise Infantil da Revista Imago, sendo a primeira psicanalísta a lidar com crianças. Em 1919, Melanie Klein começa a analisar crianças, recebendo forte influência de Karl Abraham, mestre da teoria instintiva dentro da psicanálise. Melanie Klein desenvolve alguns conceitos originais, considerando que  as crianças eram capazes de estabelecer transferência, o que lhes permitiu acesso ao tratamento psicanalítico. Melanie Klein também inovou ao usar o brinquedo como principal forma de comunicação entre o analista e a criança. A ênfase na capacidade da criança em em estabelecer transferência diferenciou-a de outra grande analista de crianças, Anna Freud, filha do próprio fundador da psicanalista. Esta considera que a criança não era capaz de transferência com o terapeuta, pois sua libido estaria ainda fixada nos pais. Seu método terapêutico, ganha, por este motivo, um caráter mais educativo do que propriamente terapêutico.

A grande arte refletindo as inquietações existenciais do ser humano

A grande arte, aquela não contaminada pelo mercantilismo ou por personalidades pueris, pequenas, expõe de forma profunda os pensamentos, sentimentos e inquietações sobre a nossa existência. Por este motivo, penso eu, a Psicologia deve estar atenta à arte, pois assim captará os movimentos, dramas e reflexões sobre nossa sociedade contemporânea.